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Ser As crianças criança 10 | Tema do Mês Participa | Inês Santos Por: Inês Santos “Se eu voltasse atrás, por minha vontade, trocava alguns anos desta vida, por um só dia na tua idade…” Por: minnie me O tema deste mês são as crianças. Porquê? Fácil. No dia 20 de novembro a Convenção sobre os Direitos da Criança comemora 26 anos. Documento este que contém todos os direitos fundamentais de todas as crianças do Mundo. As crianças são o melhor do mundo, ouvimos dizer por aí, e sabemos que é verdade. Mas afinal quem são as crianças e quais são os seus direitos? Será que todas as crianças têm acesso aos mesmos direitos? Segundo a Convenção sobre os Direitos das Crianças, são considerados crianças todos os seres humanos com idade inferior a dezoito anos, excetuando os casos em que a lei nacional confere maioridade mais cedo. Esta mesma convenção é formada por 54 artigos que podem ser divididos em quatro categorias de direitos: - Direitos relativos à sobrevivência; - Direitos relativos ao desenvolvimento; -Direitos relativos à proteção; - Direitos relativos à participação. A Convenção sobre os Direitos das Crianças não é apenas uma declaração geral, é sim uma declaração que representa uma ligação jurídica para os Países que a ela aderem. Claro que cada país deve adequar as suas próprias normas às da Convenção, para uma promoção e proteção correta dos direitos e liberdades nela consagrados. Contudo, infelizmente, ainda nem todas as crianças têm direitos. Será que não podemos fazer nada para mudar isto? Fica a questão. Era assim uma parte de uma música dos Pólo Norte. E, como eles, há por este mundo muitos adultos que não se importavam de voltar a ser crianças. Adultos que, um dia, já o foram e que, nessa altura, desejavam muito que a infância passasse depressa para se tornarem adultos! A maior parte dos adultos pensa que é fácil ser criança. Que não temos problemas nem preocupações, e que a nossa vida é apenas brincadeira. Mas enganam-se! criminação, violência e bullying. Nem tudo é bom na vida de uma criança. Pelo menos, nos dias de hoje. No nosso dia-a-dia, temos que acordar muito cedo, ou porque entramos cedo na escola, ou porque os nossos pais entram cedo no trabalho, e têm que nos deixar cedo na escola. Chegamos tarde a casa, porque os nossos pais só a essa hora nos podem ir buscar. Passamos um dia inteiro na escola, muitas vezes a ter aulas de matérias que não nos interessam nem servem para nada, e vamos para casa, já cansados, com imensos trabalhos de casa para fazer. Não podemos andar por aí sozinhos, ou a brincar em parques com os amigos ou colegas da escola, porque os nossos pais não se sentem seguros em deixar-nos nesses locais, com medo do que nos possa acontecer, que alguém nos leve e nos faça mal. Mas, pior que tudo isso, é os nossos pais não terem tempo para nós. É chegarem a casa cansados, sem paciência e nem sequer ouvirem o que temos para contar. É ficarem aborrecidos e castigarem-nos sem sequer conversarem connosco e explicar os motivos. É só nos verem poucos minutos de manhã, e outros tantos à noite, para nos vestir, dar de comer e pouco mais. É deixarem-nos fazer tudo, porque assim não se aborrecem, ou não nos deixar fazer nada, porque lhes deu para aí. E nem sempre podemos brincar à nossa vontade. Os pais queixam-se que passamos muito tempo agarrados à televisão, ao computador, às consolas. Mas nem sempre há espaços ao ar livre para brincarmos. Antigamente, os nossos pais brincavam na rua. Agora, as ruas são para os carros. Não podemos brincar, senão ainda somos atropelados. Estamos sujeitos a cada vez mais pressão, com tantos exames e provas que nos impingem. E pelas expetativas dos nossos pais, a quem não queremos desapontar, mas que acabam por ficar tristes se não tiramos aquela nota que estavam à espera. É não nos deixar ganhar asas, e aprender a voar mesmo que, nessas tentativas, muitas vezes caiamos. Como veem, ser criança não é fácil! Mas, ainda assim, estou feliz por ainda ser criança! E o que seria do mundo sem nós?! Depois, acreditem que nem todas as crianças são puras e inocentes. Há crianças que sabem ser muito más para outras, e essas outras têm que aguentar muita coisa na escola, como dis- b Também queres participar nesta página? Vê como na página 3!