As ruas e a democracia. Ensaios sobre o Brasil contemporâneo | Page 127

efeito crescimento e de 20% a 59% para o do efeito distribuição” (CEPAL, 2010, p. 13). Entre 1995 e 2009, o Gasto Social Federal no Brasil aumentou em 4,6 pontos percentuais a sua participação no PIB. No primeiro período, que vai até 2003, o crescimento foi de 1,7%. A partir de 2004, os gastos tiveram aceleração e incorporaram mais 2,9 pontos percentuais do Produto Interno Bruto. Fortaleceu-se assim a montagem do sistema de proteção social previsto pela Constituição Federal. Também acompanhando uma tendência latino-americana, o Brasil adotou políticas sociais anticíclicas, procedimento inédito na região. Estudos do Ipea indicam que nos anos de 2008/2009, quando se enfrentava no mundo uma forte crise financeira, os gastos sociais brasileiros aceleraram e cresceram quase 12%, enquanto a economia sofria com a recessão. Entre 2003 e 2009, a desigualdade de renda no Brasil diminuiu efetivamente. Em 2003, o índice de Gini, que mede o nível de desigualdade entre ricos e pobres, era 0,548 quando somado às rendas das famílias os valores per capita aplicados na saúde e educação públicas. Com o aumento de benefícios previdenciários e assistenciais e o volume maior de recursos aplicados na saúde e na educação, esse índice ca