As ruas e a democracia. Ensaios sobre o Brasil contemporâneo | Page 102

ser eleitoral ou visar somente a produzir legitimidade. O governo deve ser um agente do confronto de ideias, um promotor de novas plataformas éticas. É confrontando ideias velhas ou equivocadas que ele pode fazer com que se esclareçam as coisas. E, assim, com que se formem consensos para a reforma da saúde, por exemplo. Pactos exigem generosidade e disposição para o diálogo. Os inflexíveis e os intolerantes, os que não cedem em seus privilégios ou no modo de pensar, os que não aceitam sair da zona de conforto, os que acham que toda crítica é má vontade ou agitação – esses se autoexcluem de qualquer pacto, estejam no governo ou entre os médicos. A hora é excelente para que se construam as bases de um efetivo pacto pela saúde. É o que o povo espera. Os envolvidos – médicos, faculdades de medicina, estudantes e governo, profissionais da saúde – devem ter maturidade, espírito de sacrifício e disposição de luta para que não se perca uma oportunidade que caiu do céu. Deveriam caminhar nessa direção, sem ideias preconcebidas e sem intransigência. [17/06/2013] Os democratas e as minorias Os democratas brasileiros, que integram diferentes partidos, classes sociais e correntes (liberais, petistas, tucanos, socialistas, comunistas), deveriam estar mais articulados entre si. Quem sabe até mesmo unidos. Por vários motivos,