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Como a capoeira entrou na sua vida? Você acredita no movimento feminista? Como você ocupa seu espaço como mulher? “Recebi um convite de uma aca- demia de teatro para produzir 100 figurinos para capoeiristas, tive algumas dificuldades, tínhamos que bordar algumas peças a mão, outras peças eram estilizadas e personalizadas, mas no final deu certo, e quando fui entregar a encomenda no teatro, no dia da apresentação, eles estavam em um ensaio, nao posso chamar de ensaio, era algo vibrante, ale- gre, encorajador, relaxante, me lembro de alguém me puxando pra roda, batendo palmas caí pra dentro.” “Autenticidade cada um tem a sua, mas tem pessoas que se perdem muito em lutas e causas, o “ativismo de sofá” que não leva a nada. O importante é buscar fazer o que se gosta, não importa se é cantar ou dançar, o nosso potencial está naquilo que nos da prazer, pois faremos de um jeito especial que vai surpreender. Assim a mulher vai encontrado o seu espaço para brilhar. Nada contra os movimentos ou o ativistas, são pessoas que por um momento na história tiveram seus direitos tolhidos, e a luta é válida, mas penso que seria interessante também mostrar va- lores através de outras formas. Cada um de nós tem condições de contribuir para o cresci- mento cultural e econômico em uma sociedade.” E conta que para ela a luta signi- fica: “Respeito, vigilância, calma, humildade, disciplina, para mim as mais importantes.” O que diria para as mulheres de sua geração? “Seja autêntica. Não procure ser igual! Não! Seja você, vista a sua roupa, auquela que se sente con- fortável, corte o cabelo, pinte, peça demissão, abra o seu pró- prio negócio, estude, mude de cidade, saia da casa dos pais, desenvolva as suas habilidades, mostre o seu valor através do que pode fazer. Não exija nada além do que lhe é direito, veja devemos ofe- recer algo para que as pessoas acreditem que somos ca- pazes. Antes de exigir algo temos que dar algo de nós para as pessoas.” Por: Marta Muniz