Alcançar nº 22 Alcançar 22 | Page 3

José Eduardo Ferreira, Presidente da Câmara Municipal Temos vindo a procurar receber bem todos os que nos visitam, em todas as épocas do ano, como nos compete, e nos exigem até as nossas tradições, de Povo sempre muito acolhedor e prestável. Mas hoje, esta capacidade de gostar de quem nos visita, e connosco partilha algum tempo em trabalho ou em lazer, é cada vez mais importante para a nossa afirmação coletiva e para o nosso desenvolvimento social e económico. Não há nenhum mal em aproveitarmos, no interesse comum, o bem que fazemos uns aos outros. Em cada oportunidade, devemos clarificar essa nossa intenção, especialmente junto dos nossos emigrantes, que tantas vezes, tão injustamente, se sentem estrangeiros nos dois lados. Somos um Povo de Emigrantes. Estamos intimamente ligados a este fenómeno desde há muito, e, em muitos aspetos, somos fruto dessa corrente, a maior parte das vezes involuntária e fortemente influenciadora de quem somos hoje. Dificilmente algum de nós não tem um amigo ou um familiar, mais próximo ou mais distante, que não seja, ou tenha sido emigrante. Creio aliás que existem especiais razões para melhorarmos o acolhimento aos nossos emigrantes, enquanto cidadãos com todo o direito a usufruírem das melhores condições que a sua terra lhes pode oferecer. Pela nossa parte, não temos dúvidas em afirmar que eles são cada vez mais importantes para o nosso desenvolvimento, ao contrário do que possa parecer. Hoje, estes nossos embaixadores têm pelo menos tanta importância pelo que levam, como pelo que trazem. O aumento das nossas exportações, por exemplo, pode fazer-se muito com uma base inicial nos nossos emigrantes. Não temos que recear o mercado da saudade, nem admitir qualificações depreciativas. Pelo contrário, pode esse mesmo mercado servir como acelerador da nossa presença no mundo, especialmente numa fase inicial de implantação. As suas ligações sociais e profissionais, e a forma muito positiva como em geral são vistos nas respetivas comunidades de residência, são um cartão-de-visita com um valor inestimável para os nossos produtos e serviços, cada vez mais apreciados. Do mesmo modo, as remessas que continuam a fazer chegar à nossa região, e os investimentos que aqui mantêm, ano após ano, geração após geração, acompanhados da representação cultural que de nós fazem, por esse mundo fora, são dignos do nosso maior apreço. Sejam todos muito bem-vindos a casa, seja por quanto tempo for. Mais importante que quantidade de tempo que passarão connosco, é a felicidade que partilhamos em cada regresso. Queremos que saibam que continuam a fazer parte das nossas vidas, e que os acolhemos de braços abertos, a cada nova chegada. Partilhamos, além do mais, a esperança de poder contribuir para que possam cumprir- se as escolhas de cada um, em cada momento, trabalhando para isso todos os dias! 3 nota de abertura