José Eduardo Ferreira,
Presidente da Câmara Municipal
Temos vindo a procurar receber bem todos os que nos visitam, em todas as épocas do
ano, como nos compete, e nos exigem até as nossas tradições, de Povo sempre muito
acolhedor e prestável.
Mas hoje, esta capacidade de gostar de quem nos visita, e connosco partilha algum
tempo em trabalho ou em lazer, é cada vez mais importante para a nossa afirmação
coletiva e para o nosso desenvolvimento social e económico.
Não há nenhum mal em aproveitarmos, no interesse comum, o bem que fazemos uns aos
outros. Em cada oportunidade, devemos clarificar essa nossa intenção, especialmente
junto dos nossos emigrantes, que tantas vezes, tão injustamente, se sentem estrangeiros
nos dois lados.
Somos um Povo de Emigrantes. Estamos intimamente ligados a este fenómeno desde
há muito, e, em muitos aspetos, somos fruto dessa corrente, a maior parte das vezes
involuntária e fortemente influenciadora de quem somos hoje. Dificilmente algum de
nós não tem um amigo ou um familiar, mais próximo ou mais distante, que não seja, ou
tenha sido emigrante.
Creio aliás que existem especiais razões para melhorarmos o acolhimento aos nossos
emigrantes, enquanto cidadãos com todo o direito a usufruírem das melhores condições
que a sua terra lhes pode oferecer. Pela nossa parte, não temos dúvidas em afirmar que
eles são cada vez mais importantes para o nosso desenvolvimento, ao contrário do que
possa parecer.
Hoje, estes nossos embaixadores têm pelo menos tanta importância pelo que levam,
como pelo que trazem. O aumento das nossas exportações, por exemplo, pode fazer-se
muito com uma base inicial nos nossos emigrantes. Não temos que recear o mercado
da saudade, nem admitir qualificações depreciativas. Pelo contrário, pode esse mesmo
mercado servir como acelerador da nossa presença no mundo, especialmente numa fase
inicial de implantação.
As suas ligações sociais e profissionais, e a forma muito positiva como em geral são
vistos nas respetivas comunidades de residência, são um cartão-de-visita com um valor
inestimável para os nossos produtos e serviços, cada vez mais apreciados.
Do mesmo modo, as remessas que continuam a fazer chegar à nossa região, e os
investimentos que aqui mantêm, ano após ano, geração após geração, acompanhados
da representação cultural que de nós fazem, por esse mundo fora, são dignos do nosso
maior apreço.
Sejam todos muito bem-vindos a casa, seja por quanto tempo for. Mais importante que
quantidade de tempo que passarão connosco, é a felicidade que partilhamos em cada
regresso. Queremos que saibam que continuam a fazer parte das nossas vidas, e que os
acolhemos de braços abertos, a cada nova chegada.
Partilhamos, além do mais, a esperança de poder contribuir para que possam cumprir-
se as escolhas de cada um, em cada momento, trabalhando para isso todos os dias!
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nota de
abertura