Agrediram o senador, é fato. Mas agrediram e desrespeitaram
as duas instituições, sua história e sua cultura pluralista. Não
pensem que se trata tão somente de uma ação tresloucada de
alguns petistas espiroquetas.
Obedece à ordem dada por José Dirceu, ainda de dentro da
cadeia, de uma “guinada à esquerda” do PT. Está em absoluta
sintonia com a mensagem de solidariedade ao “companheiro
Maduro” da presidente do PT, em recente encontro da esquerda
bolivariana, no Fórum de São Paulo, na Nicaragua.
Propositadamente, o PT está açulando seus aprendizes de
Maduro para criar uma escalada de violência, talvez por acreditar
que, com a confirmação da condenação de Lula em segunda
instância, a via institucional estará esgotada e que terão de apelar
a outros meios. Este é o sentido da afirmação de que eleição sem
Lula é fraude. Ora, se é fraude, eles não participarão dela e percor-
rerão outras vias.
O PT não tem o menor compromisso com a democracia como
um bem, um valor universal. Vivem na lógica binária robespier-
riana, que dividia o mundo em “bons e maus cidadãos”. Os bons,
são eles, claro. Os maus, todos os que não rezam por sua cartilha
e merecem a guilhotina.
Se pudessem, os filhotes de Maduro fariam do Brasil uma
Venezuela. Só não fazem porque não têm força e são obrigados a
conviver com este estorvo, a “democracia burguesa”, para enfra-
quecê-la por dentro. Não conseguirão, porque felizmente o Brasil
não é a Venezuela de Maduro. Nem por isso devemos subestimar
seus filhotes.
Quanto ao senador Cristovam, sua biografia fala por si só.
A ele, toda a nossa solidariedade.
As senadoras e a Casa do Povo
O xingatório ao senador Cristóvam, em Belo Horizonte, tem
relação direta com o “mesaço” das senadoras Gleisi Hoffman
(PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
e Lídice da Mata (PSB-BA) que, na mão grande, tentaram tomar
de assalto a condução dos trabalhos no Senado, durante a vota-
ção da reforma trabalhista, no dia 11 de julho.
Na democracia, as minorias têm pleno direito de expressar seus
pontos de vista, de lutar por eles. Mas o único caminho que podem
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Tibério Canuto