A reforma que não pode
deixar de ser feita
Elimar Pinheiro do Nascimento
S
e o leitor pensa que vou falar de reforma da previdência
ou trabalhista está enganado. Não pelo fato das duas não
serem relevantes, são. Embora não necessariamente da
forma como estão, uma, proposta, e a outra, aprovada. Quero
falar de uma reforma que apenas começa a adentrar o centro
de debate político, E, por estar até ontem, na penumbra, arrisca
trazer surpresas muito desagradáveis para o país. Tudo o que se
faz nas madrugadas no Congresso Nacional caminha em sentido
contrário aos interesses nacionais e servem para proteger interes-
ses nem sempre pronunciáveis.
Partilho da proposição de que uma reforma politica é impres-
cindível, mas este Congresso não tem a legitimidade de realizar a
reforma estrutural que o país exige, devendo-se ater a uma reforma
minimalista, presa às normas eleitorais. Não se pode escolher
nossos próximos representantes com base em uma legislação que
não tem dado resultados positivos e sofre o repúdio, senão da maio-
ria, de uma grande parte da opinião pública. Portanto, mudanças
devem ser adotadas para ampliar a legitimidade de nossas institui-
ções políticas, que tendem a se esfarelar cada vez mais no embate
das corporações diversas em que se divide o Brasil, e a se desfazer
em meio ao furacão dos escândalos de corrupção, que ainda não
estagnaram. Cunha, Palocci, Funaro, Mantega, entre outros, estão
aí para não me deixarem mentir.
Sei que a questão é complexa, e existem dezenas de propostas
e pontos de vista a respeito, além de algumas teorias sofisticadas
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