governo de transição e as propostas de reformas fundamentais
para a recuperação da economia e a modernização do Brasil.
É inegável que, a partir da apresentação pela Procuradoria-
Geral da República (PGR) do pedido de licença do presidente da
República para que o Supremo Tribunal Federal instaure, ou não,
um processo de investigação contra Temer, a crise política atingiu
o seu ponto mais agudo. De qualquer forma, temos a plena cons-
ciência de que a transição e as reformas que defendemos integram
um processo que, por si só, é maior do que qualquer governante
de turno. Independentemente de quem ocupe o cargo máximo do
Poder Executivo, como fiador da travessia política rumo às elei-
ções gerais de 2018, continuaremos trabalhando pela retomada
da atividade econômica e pela pauta reformista que colocará o
Brasil nos trilhos do crescimento.
Seja qual for o resultado da votação, no plenário da Câmara
dos Deputados, sobre a autorização para o prosseguimento da
denúncia da PGR contra o presidente da República e a eventual
abertura de processo no Supremo Tribunal Federal, a travessia
democrática e constitucional até as eleições de 2018 seguirá sem
interrupção. Caso o pedido seja aprovado, o deputado Rodrigo
Maia, atual presidente da Câmara, assumirá interinamente a
Presidência da República por até 180 dias, tal como dispõe a
Constituição e exatamente como ocorreu com o próprio Temer
quando do afastamento inicial de Dilma. Se houver condenação
definitiva pelo STF, haverá eleição indireta para a escolha do
próximo presidente – obedecendo rigorosamente àquilo que está
expresso na Carta Magna.
Neste contexto, o dado mais auspicioso para o Brasil é que as
sinalizações em relação à pauta de reformas e à política econô-
mica bem sucedida adotada pelo atual governo são as melhores
possíveis. Se Temer continuar no cargo, tudo segue como já vinha
sendo encaminhado. E, mesmo que o atual presidente seja afas-
tado, o interino dará continuidade a esta agenda virtuosa e,
provavelmente, contará com um ambiente de maior estabilidade
política para fazê-la avançar. A manutenção da equipe econômica
reforça a credibilidade reconquistada pelo Brasil e a confiança
readquirida junto aos agentes econômicos.
A saída para momentos de crise deve sempre ser buscada em
consonância com o que determina a Constituição Federal, em
respeito às leis, ao ordenamento jurídico brasileiro e à democra-
cia, buscando a máxima estabilidade possível, sem comprometer
Uma reflexão sobre o Brasil atual
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