A crise não parece ter fim PD48 | Page 196

hierarquia. Ela está acostumada a ser quem subordina ao adulto em casa, tanto que há país e mães que vivem em função dos filhos. E outro problema, diz Cortella, é que esta geração não tem necessariamente compromisso com meta e prazo. Abandona as coisas com muita facilidade. E tais coisas acontecem ainda na fase de formação, afirma. É comum hoje ouvir que um jovem começa um determinado curso na faculdade, e passa para outra. Vai de mecânica para metalur- gia e passa para a alta gastronomia. Sem, às vezes, concluir nenhum deles. Isso, diz, não é excesso de opção, isso é confusão mental. É ausência de clareza aonde se quer chegar. Para Cortella, esta confusão toda pode acontecer, sim, mudanças tecnológicas são constantes. E mais: nossos são do século 21, nossos professores são do século 20, parte da metodologia é do século 19. Temos aqui uma intersecular, afirma. pois as alunos e uma colisão Outra confusão que é feita, segundo o autor, é que muita gente diz que estamos vivendo a era do conhecimento, quando, na verdade, estamos vivendo a era da informação veloz. E justifica: conheci- mento sempre existiu. Informação é um processo cumulativo, enquanto o conhecimento é seletivo. De nada adianta a gente ter fartura de informações, se não tiver clareza do que fazer com elas. Durante quase as 174 páginas, o autor enfatiza que são muitas as aflições que atormentam a carreira, mas as pessoas vivem com pressa em relação às suas próprias vidas e surgem as perguntas: Por que estou fazendo isso? Ou onde estou com a cabeça? E uma expressão de fuga. “Se pudesse, eu largava isso”. Outra aflição é a ausência de reconhecimento que existe em muitos locais de trabalho. Como cada vez mais trabalhamos em grandes grupos, a auto