tanto, cogitar esta possibilidade significa buscar uma prosperi-
dade duradoura. Uma concepção de prosperidade sem cresci-
mento não é impossível mas exigiria arranjos políticos de
envergadura para promover a redução da pobreza, capacitar as
pessoas e retirar mais benefícios do aumento da produtividade do
trabalho, com redução de jornadas laborais. O crescimento econô-
mico só é indispensável porque ele é visto como a única forma de
gerar emprego diante do desemprego estrutural, aquele que se
eleva com aumento da produtividade do trabalho.
Uma das características mais marcantes da crise financeira
global que emergiu em 2008 foi o grau de consenso que a primeira
prioridade era revigorar o crescimento econômico. A receita foi
mais do mesmo, mais crédito, mais consumo, mas o espectro da
recessão permaneceu, até porque a redução do crescimento é
sempre vista como o pior dos mundos, devido ao acoplamento
entre dinamismo econômico e dignidade para os que vivem de
salário. Com isto se reafirmam duas características interrelacio-
nadas da vida econômica moderna: a produção de novidade e o
consumo de novidade. Os bens materiais têm um papel simbólico
em nossas vidas, permitindo-nos comunicar socialmente, definir
nossas identidades e sentimentos de um para o outro.
Os desejos dos consumidores são o complemento perfeito para
a inovação do empreendedor, combinação ideal para impulsionar
o crescimento. As instituições são distorcidas na busca de consu-
mismo materialista e a econo