do século XX, ser o mais desperdiçador que se tem registro na
história da humanidade. (FOSTER, 2005).
A natureza e a sua dominação no pensamento neoclássico e
nos desdobramentos keynesianos e desenvolvimentistas
O conceito de desenvolvimento aparece no pensamento econô-
mico com mais nitidez a partir da crítica ao crescimento econô-
mico que, por sua vez, foi um conceito que emergiu de outra
crítica, a voltada para a economia marginalista ou neoclássica,
que demonstrava uma obsessão pelo equilíbrio, ou ótimo está-
tico. Isto se dá por volta de 1930, na transformação da ciência
econômica de uma área do saber focada na análise da escassez,
para outra área, preocupada com a escassez e a incerteza.
O crescimento seria, então, uma tendência integradora das
flutuações ou ondas dos ciclos econômicos. O mesmo foi visto
não como um impulso restaurador do equilíbrio, mas sim como
um movimento que elevava a dotação de capital a cada pulsação
e com ela o aumento da produção.
Os economistas que, nos anos 1930 a 1940, trataram do cres-
cimento, não o percebiam com um comprometimento progressivo
dos recursos naturais, os quais eram vistos como de oferta elás-
tica e sem horizontes de finitude, pelo menos ao nível macroeco-
nômico e de expansão e integração permanente de novos territó-
rios. Embora a Europa ocidental já exibisse o efeito da expansão
econômica, seja no esgotamento de minas e na destruição dos
bosques, ao leste, ao sul e além-mar, para onde a economia pode-
ria ir se expandindo, não se cogitava de escassez de recursos
naturais. Eram fatores de produção dados e abundantes, assim,
equivocadamente conceituados. Os fatores escassos poderiam ser
o trabalho e o capital, não a “terra”, que simbolizava todos os
recursos naturais. (SHACKLE, 1991).
A partir de análises sobre o que acontecia no chamado “socia-
lismo real” e sobre os impactos da reconstrução do Pós-Segunda
Guerra, perspectivas designadas por heterodoxas no campo da
economia sugeriram teorias alternativas, em que o agente econô-
mico deixa de ser visto unicamente como otimizador e está inse-
rido num contexto ético, institucional e tecnológico.
Estas contribuições trouxeram mais clareza à ideia de definir
o desenvolvimento como uma qualificação do crescimento econô-
mico, na medida em que seriam transformações expansionistas
A biocivilização na passagem da era industrial para a pós-industrial
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