Na sua concepção materialista da história, Marx usou os estu-
dos de Darwin e extraiu deles a ideia de que, em seu processo
evolutivo, o homem tem uma relação metabólica com a natureza,
entendida como relação equilibrada ao longo do tempo, retirando
da natureza o que necessita para sua sobrevivência e restituindo
em vida, de forma variada, o que retirou para consumo. Seria
uma forma do que hoje se define como retirada sustentável,
segundo Lovelock (2006) e Heringer (2008).
A ideia de Marx é que os sistemas econômicos pré-capitalistas
faziam isso, natural e harmonicamente, em uma forma perma-
nente de reciclagem. Para Foster (2005), Marx entendia que na
medida em que o homem naturalmente habitasse o campo, ele
saberia promover formas eficientes de reparar o que retirava do
solo. As técnicas de produção agrícola na Idade Média seriam, por
excelência, a demonstração de como isso ocorreria (BAIARDI,
1997). O autor de O Capital via neste tipo de agricultura e na rela-
ção do camponês com a terra, abstraindo o feudalismo, um perfeito
metabolismo, no qual nada se desperdiçava e tudo se aproveitava.
Para Marx, no capitalismo plenamente constituído, a agricul-
tura capitalizara-se na forma trinitária: empresário capitalista,
proprietário fundiário e traba