A crise não parece ter fim PD48 | Page 111

tiva, ao constatarmos que não há um regramento uniforme e que, todos, seguem com a mesma vontade e determinação. Quando se nota um economizando, se observa dez gastando. É uma máxima corrente no nosso cotidiano. Ao se dar início ao debate deste problema e o governo federal ter editado leis concernentes ao uso da água e sua regulamenta- ção, bem como à criação de órgãos federais, com “status” de autarquia, sob regime especial, com autonomia administrativa e financeira, como é o caso da ANA, mudou-se o panorama das coisas em nosso país, quando falada sob a óptica das águas. Fundiu-se, em tese, água com recursos hídricos, uma tendo como consequência a outra. O aprimoramento dessa agência, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, vem se registrando de maneira a ordenar a nova política de recursos hídricos, como um todo. Contudo, o que se salienta, desde a implantação dessas novas diretrizes, é que haverá um regramento geral. Ninguém, por qual- quer questão que seja, terá o direito de desperdiçar a água e achar que, com isso, não haverá quem possa puni-lo. Ledo engano, porque já sentimos muito a falta do precioso líquido, não só pela ação devastadora do homem (o seu maior agressor), mas também pelas condições das intempéries. Das intempéries, não podemos penalizar; mas do homem, este sim, haverá a punibilidade, pelo princípio de que o agressor-depredador deverá arcar com as consequências dos seus atos. Mas qual o preço que podemos falar diante da tal cobrança. É o preço que devemos pagar se não quisermos ser amaldiçoados pelas novas gerações. Serão os nossos netos ou bisnetos que nos enterrarão no lixo da história, se de nós não partir a conscienti- zação da economia, do regramento, do uso correto e ponderado das águas e, em consequência, de todos os recursos hídricos que a nós foram dispostos e que serão objetos de desenvolvimento, dentro deste planeta já tão agredido pela ação do homem. Portanto, o preço da água é o preço da nossa vontade em contri- buir para que a mesma não venha a faltar (e já são mais de 60 países brigando pela falta de água). É o preço da vergonha de tantas nascentes, córregos, riachos e rios serem sacrificados pela ação devastadora daqueles impiedosos chamados de gananciosos, agres- sores, depredadores e outros adjetivos de baixa qualificação ética e moral que os nossos bons costumes não permitem vociferar. Reflexões sobre a água 109