tiva, ao constatarmos que não há um regramento uniforme e que,
todos, seguem com a mesma vontade e determinação. Quando se
nota um economizando, se observa dez gastando. É uma máxima
corrente no nosso cotidiano.
Ao se dar início ao debate deste problema e o governo federal
ter editado leis concernentes ao uso da água e sua regulamenta-
ção, bem como à criação de órgãos federais, com “status” de
autarquia, sob regime especial, com autonomia administrativa e
financeira, como é o caso da ANA, mudou-se o panorama das
coisas em nosso país, quando falada sob a óptica das águas.
Fundiu-se, em tese, água com recursos hídricos, uma tendo como
consequência a outra. O aprimoramento dessa agência, vinculada
ao Ministério do Meio Ambiente, vem se registrando de maneira a
ordenar a nova política de recursos hídricos, como um todo.
Contudo, o que se salienta, desde a implantação dessas novas
diretrizes, é que haverá um regramento geral. Ninguém, por qual-
quer questão que seja, terá o direito de desperdiçar a água e achar
que, com isso, não haverá quem possa puni-lo. Ledo engano,
porque já sentimos muito a falta do precioso líquido, não só pela
ação devastadora do homem (o seu maior agressor), mas também
pelas condições das intempéries. Das intempéries, não podemos
penalizar; mas do homem, este sim, haverá a punibilidade, pelo
princípio de que o agressor-depredador deverá arcar com as
consequências dos seus atos.
Mas qual o preço que podemos falar diante da tal cobrança.
É o preço que devemos pagar se não quisermos ser amaldiçoados
pelas novas gerações. Serão os nossos netos ou bisnetos que nos
enterrarão no lixo da história, se de nós não partir a conscienti-
zação da economia, do regramento, do uso correto e ponderado
das águas e, em consequência, de todos os recursos hídricos que
a nós foram dispostos e que serão objetos de desenvolvimento,
dentro deste planeta já tão agredido pela ação do homem.
Portanto, o preço da água é o preço da nossa vontade em contri-
buir para que a mesma não venha a faltar (e já são mais de 60
países brigando pela falta de água). É o preço da vergonha de tantas
nascentes, córregos, riachos e rios serem sacrificados pela ação
devastadora daqueles impiedosos chamados de gananciosos, agres-
sores, depredadores e outros adjetivos de baixa qualificação ética e
moral que os nossos bons costumes não permitem vociferar.
Reflexões sobre a água
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