A Capitolina 8, agosto 2014 | Page 30

28 A Capitolina

Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro, vivendo num mundo onde ninguém consegue vê-lo. Ele não sabe como, mas nasceu invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Nunca viu seu próprio rosto, não sabe se se parece mais com sua mãe ou com seu pai. Seu pai, aliás, afastou-se do garoto e de sua mãe após seu nascimento. Após a morte inesperada de sua mãe, Stephen vaga pelas ruas e parques de Nova Iorque num esforço contínuo para não desaparecer completamente do mundo. Algo muda, uma coisa inesperada acontece, e ela se chama Elizabeth.

Recém-chegada à cidade, a garota de Minnesota procura exatamente o que Stephen mais odeia. Nova Iorque dá a ela a oportunidade de passar despercebida e isso é tudo o que ela mais quer depois de ser rejeitada pelos amigos e parentes devido à orientação sexual do irmão mais novo. Quando ela derruba as compras no corredor do prédio, ela não entende por que seu vizinho não a ajuda. Por que ele fica encostado na parede como se não a visse? Será que todos os nova-iorquinos são mal educados?

Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê!

Os dois se aproximam e o amor os arrebata. Depois de conhecer Elisabeth, Stephen quer, mais do nunca, descobrir por que é assim. Tudo o que ele mais quer agora é ser normal, e acaba por descobrir que sua invisibilidade é uma maldição lançada por seu avô materno, um poderoso conjurador de maldições que ele nunca conheceu. A partir dai, Stephen e Elisabeth saem em busca de uma maneira de quebrar essa maldição e descobrem que a única forma é encontrando o avô de Stephen. Porém, encontra-lo pode ser mais perigoso do que eles imaginam.

Minha única critica fica por conta da diagramação. A editora Galera Records geralmente realiza um ótimo trabalho, porém pecou em Invisível. A não sinalização ou sinalização com travessão ou invés de aspas (e vice-versa) em continuações de falas em parágrafos diferentes poderia passar despercebida se não atrapalhasse, ocasionalmente, a leitura. Além disso, há eventuais erros gramaticais. Entretanto, nada disso apaga o brilho da obra.

Andrea Cremer - autora da série Nightshades - e David Levithan - autor de Todo dia e Will & Will (em parceria com John Green) - nos apresentam um livro repleto de mistério, magia e amor. Envolvente pela maneira intensa com que os personagens criam conexões marcantes, a união de cada momento com os respectivos desejos rendem maravilhosas mensagens reflexivas sobre a solidão, anseios, sonhos e realidade. Um livro mascarado de infanto-juvenis para ser lido em qualquer idade, sem dúvidas.

lançamento

Invisível

Bruna F. Monteiro

LEVITHAN, David e CREMER< Andrea . 'iNVISÍVEL. Editora Galera Record.