A Capitolina 8, agosto 2014 | Page 28

Quando eu escrevo

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Publiquei meu primeiro livro, Tarô sem Mistérios pela Editora Berkana, em 1999. Nos anos seguintes, escrevi outros como Bruxas de Verdade, Sabedoria e Magia dos Povos Celtas, Runas o Caminho da Vida, Conselhos das Bruxas, todos pela mesma editora. Alguns deles já estão esgotados.

Eu nunca tive dificuldade em compreender o universo esotérico. Devo isso principalmente ao meu pai. Quando eu e meus irmãos éramos crianças, freqüentávamos a Igreja, o centro espírita, templos budistas... Ele chegou a fazer o mapa astral (calculado na mão... pois não existia naquela época computador...) de cada um dos cinco filhos. Meu pai lia muito sobre tudo, inclusive livros sobre religião, filosofia, ciências ocultas, etc. Ele sempre nos ensinou que devíamos respeitar sempre as pessoas e suas crenças, porque tudo neste mundo tem valor. Devido a estes fatos, eu cresci tendo acesso a ambientes e coisas ligadas ao esoterismo.

Sobre a escrita... Sempre gostei de ler e escrever foi praticamente uma conseqüência. Eu me formei em História e em Estudos Sociais porque tinha a intenção de trabalhar com pesquisas.

A idéia do primeiro livro aconteceu pouco depois que terminei um curso sobre Tarô Egípcio. Minha intenção era demonstrar de uma forma muito clara e simples como as cartas do Tarô transmitem mensagens e lições de vida incríveis. Não foi fácil publicar o livro. Enviei exemplares para diversas editoras. Após muitos “nãos”, a Berkana se interessou e o publicou.

Um livro é praticamente como um “filho” que é entregue ao mundo. É muito bom imaginar que muitas pessoas já leram ou vão ler seus trabalhos, que se está passando uma boa mensagem e conhecimento para os outros...

Em todos os meus livros ou artigos que escrevo para periódicos procuro sempre por fontes confiáveis. A finalidade é transmitir informações, por isso é importante a pesquisa. Não é o mesmo que escrever uma obra de ficção...

O tema esoterismo é muito amplo, complexo e nem sempre muito aceito ou entendido pelas pessoas, principalmente no mundo ocidental marcado pelo racionalismo a partir do século 16/17, com as teorias de inúmeros filósofos e também com a revolução científica. Isto sem contar com a influência da Igreja, que por muito tempo (desde a Idade Média) determinou a forma como as pessoas deveriam agir para alcançar o "Céu", o que era certo e errado... Aqueles que desobedeciam suas normas eram considerados hereges, aliados do "Demônio", e muitos morreram em fogueiras... (Inquisição...). A intolerância faz parte da história e infelizmente ainda está presente no mundo atual...

Esta situação começou a mudar (Ocidente) a partir do final do século 19 com a Doutrina Espírita de Allan Kardec, a Sociedade Teosófica de Helena Blavatsky (trouxe para o ocidente conceitos orientais sobre energia, encarnação, etc.) e com a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin... Desde então surgiu um interesse por coisas ligadas à espiritualidade e à evolução espiritual, nem sempre aceitas pelas religiões monoteístas (catolicismo, protestantismo, islamismo).

Ana Elizabeth

Cavalcanti da Costa