A Capitolina 6, junho 2014 | Page 29

Quando eu escrevo

É um tanto complicado explicar meu processo criativo, pois não se trata de algo que eu faça de modo consciente. Ele acontece e pronto. Simples assim? Com certeza, nunca será.

Na verdade, as ideias vêm porque alimento a criatividade. Sabe, aquela boa e velha criatividade que toda criança tem, mas que muitos adultos esquecem quando justamente se tornam adultos. Ela surge do brincar, do faz de conta, da vontade e persistência de se abrir para a diversidade ao mesmo tempo em que amadurecemos as experiências já adquiridas.

É o olhar novo que se lança ao que está ao redor, por mais conhecido que seja esse ao redor. Como diria Raul, ser o maluco beleza enquanto os outros querem fazer tudo igual, “aprendendo a ser louco, um maluco total na loucura real”. Enfim, é incentivar a criatividade que experimentamos desde que nos entendemos por gente, que integra a natureza humana.

No meu caso, ela se manifesta na minha tendência a fantasiar e a criar histórias. Um dom, hábito ou vício que também alimento quando invisto meu tempo livre em livros, filmes, séries, HQs e em todo e qualquer universo que relaxe minha mente e me traga estudo e conhecimento.

Sim, a criação de histórias de outros autores e roteiristas sempre foi objeto de análise e aprendizagem para mim, tanto do que se pode assimilar quanto do que se deve evitar. Aprendemos com os outros, sempre.

No final das contas, o processo criativo ocorre porque nos esforçamos para não perdê-lo, estudamos muito e, principalmente, nos dedicamos para obter sempre o melhor resultado. É o que acontece comigo.

Helena Gomes é jornalista, professora universitária e autora de trinta livros, entre eles obras finalistas do Prêmio Jabuti e do Prêmio FNLIJ, com Selo Altamente Recomendável, adotadas em escolas e selecionadas por programas de governo. Mais informações: http://helenagomes-livros.blogspot.com

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Uma “maluquez” misturada

à minha lucidez

Helena Gomes