A Capitolina 5, maio 2014 | Page 8

escrituras

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Muito se sabe sobre a situação da literatura na Inglaterra no século 18. Que os preceitos do Iluminismo e o advento da Revolução Industrial fomentaram certas mu- danças na arte da escrita não é novidade. Que tais mudanças correspondiam aos ansei- os da emergente classe média também não nos espanta. Que os consagrados autores ingleses de tal cenário histórico indicaram em diversos prefácios o tom realista e pres- critivo de suas obras não é informação nova. Em plena efervescência do espírito racio- nalista, o gênero gótico nasceu como uma resposta às limitações que tal ideologia prefi- gurava. Assim como seus contemporâneos realistas, os escritores de literatura gótica também pensavam sobre a escrita, também refletiam sobre o seu tempo, e também li- davam com a crítica e com seus demais leitores. O objetivo deste trabalho, portanto, é o de apresentar uma coletânea de dados sobre a recepção dos primeiros e mais influentes romances góticos ingleses do século 18, e apresentar também algumas concepções interessantes que os autores de tais obras teceram sobre a arte de escrever. Para tal, este trabalho está dividido nas seguintes par- tes: contexto histórico da Inglaterra no século 18, o nascimento da literatura realista e da literatura gótica, e concepções dos autores góticos setecentistas sobre sua arte. Ao final, uma pequena conclusão será oferecida, na qual pretendo tecer alguns comentá- rios fundados em minhas leituras sobre o conteúdo em questão.

A Arte da Literatura Gotica

Inglaterra setecentista

no contexto da