A Capitolina 4, abril 2014 | Page 26

uperlativo, absoluto e sintético: nesta seleção de contos, a experiência de amar, alcança grau de exagero, como nos chocolates mais amargos e, ainda assim, tão apreciados por paladares exigentes. Amar ao extremo, amar até sentir o amargo do amor. Mas sem deixar de ser doce.

Quem nunca sentiu o gosto amargo e doce do amor, que atire a primeira pedra.

Clarice Paes – em seu livro de estreia - escreve sobre sentimentos que as pessoas sempre sentiram, porém nunca tiveram a coragem de descrever e demonstrar, envolvendo lentamente o leitor de forma quase imperceptível com suas palavras bem estruturadas e expressas. A escrita é poética e se embala em cada transformação de frase, cada palavra e cada conto.

Cada capítulo, uma história diferente com personagens, nomes e visões diversificadas do amor, mesclando sentimentos e emoções, sem deixar de provar o seu gosto. A saudade de uma viúva, que muito amou seu único amor. A despedida de um casal que se ama, mas não deve se amar. O amor, com que todos sonham. Os desencontros de um amor que tinha tudo para ser perfeito.

Assim como o chocolate deve ser apreciado em pequenas doses, o livro Amaríssimo possui apenas treze contos, o necessário, para que possamos sentir saudade de alguém ou de algo que já passamos, sendo assim, impossível não se identificar com algum.

Lendo o seu livro, podemos ver que o amor e suas reviravoltas na verdade, não é nenhum conto de fadas, mas é você, que pode transformá-lo em doce ou amargo, assim como o livro Amaríssimo.

S

Amaríssimo

que gosto tem o amor?

Geissiane Aguiar

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PAES, Clarice. "Amaríssimo". Editora Ocelote. 2013. 120 páginas.