1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 410
cratização do regime e o pleno desenvolvimento da luta das massas
pela emancipação nacional e o progresso do país. A atitude dos
comunistas, diante de qualquer outro governo intermediário,
dependerá da conjuntura concreta, das posições assumidas pelo
imperialismo e as forças reacionárias internas, do comportamento
da frente única e, fundamentalmente, das possibilidades que se
abram para a livre mobilização da classe operária e os seus aliados.
Participando ou não de tais governos, os comunistas prosseguirão
na luta por seus objetivos programáticos.
VI – Fortalecimento do partido
nas condições atuais
Nosso Partido atravessou 45 anos de lutas sem se deixar
abater e sem abandonar seus princípios básicos. Essa demonstração de vitalidade e solidez deve-se ao seu caráter revolucionário, à
sua vinculação com os interesses mais profundos do nosso povo, à
sua fidelidade à classe operaria. Deve-se à dedicação de seus militantes. Para conquistar essa posição, nosso Partido percorreu um
caminho árduo, no qual acumulou vitórias e derrotas, e foi aprofundando suas raízes na sociedade brasileira, extraindo dela seu
conhecimento e sua força.
A aplicação da linha do V Congresso possibilitou o avanço
em todas as frentes de atividade do Partido. O Partido reforçou sua
organização, multiplicando-se o número de seus membros. Atuou
como importante força de unificação e mobilização do movimento
nacionalista e democrático, crescendo sua influência em todas as
camadas do povo. O golpe de 1964 interrompeu esse processo,
impôs uma derrota profunda a todo o movimento democrático e
patriótico, e ao Partido em particular, mas não levou à destruição
do Partido e ao isolamento dos comunistas.
É certo que cometemos erros, e numerosos. Tais erros não
teriam, porém, força bastante para retirar da direção correta o
conjunto de nossas atividades e, tão pouco, para levar-nos ao desespero e à aventura após a derrota. Essa é uma conquista importante
408
1964 – As armas da política e a ilusão armada