1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 364
Destacamos que, dentro dos órgãos repressores, além do
torturador, a presença de médicos era uma constante, pois não era
interessante executar o preso político, por seu valor informativo e
também exemplar aos possíveis futuros “terroristas”. Dentre as
diversas formas de tortura praticadas destacamos:
• Pau de arara;
• Pimentinha (caixa geradora de eletricidade com baixa
voltagem e alta amperagem);
• Afogamentos de diversas maneiras;
• Cadeira do dragão (cadeira onde se esticavam as pernas
do torturado, além de submetê-lo a choques);
• Geladeira (consistia em manter o torturado nu ou seminu
em ambiente de baixíssima temperatura);
• Tortura com insetos e animais, sendo o torturado deixado
em cubículos na companhia de ratos, cobras e lagartixas,
ou introduzia-se inseto ou animais em diversas partes do
corpo, principalmente ânus e vagina;
• Palmatória;
• Enforcamento e esticamento do corpo;
• Torturas sexuais;
• Churrasquinho (consistia em acender álcool sob o corpo
ou aplicar papel retorcido no ânus da vítima presa no pau
de arara, e incendiá-lo).
Ressaltamos que, vários anos após o término da ditadura
militar, no documentário Que Bom te ver viva, várias presas políticas narram o pavor ao ver insetos, como baratas ou animais
(ratos e lagartixas), sendo que estes foram muito utilizados nas
torturas. As mulheres eram torturadas mesmo estando grávidas.
Os torturadores, normalmente, tinham conhecimento da gravidez
e ainda assim continuavam as sessões de tortura. No livro Brasil
Nunca Mais, há vários depoimentos relatando os procedimentos
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1964 – As armas da política e a ilusão armada