1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 257
inexistiam contradições entre Washington e a burguesia brasileira,
em economia e negócios de todos os tipos, dentro e fora do Brasil.
Se procurou a Sierra Maestra brasileira, os brasileiros nunca
a avistaram, muito menos os cubanos.14 O que houve foi a improvisação de modelos em toda a América Latina e recheada de personagens mais próprios para uma opera buffa, mas nem por isso
menos nefasta. A improvisação guerrilheira por parte de Cuba
para o Brasil teve três andamentos distintos e três fracassos estrondosos: na primeira fase, em 1961, e sempre sob a coordenação
direta de Fidel, Che e Manuel Piñeiro, a preparação militar (apenas
primária) dos militantes das Ligas Camponesas (com a adesão
discreta da China antes da crise do apocalipse em 1962); na
segunda fase, pós-golpe, a aceitação do Brasil na Revolução Continental com um projeto preparado pelos mesmos três personagens,
primeiramente com Leonel Brizola, e finalmente com Marighella.
Na primeira experiência, os três cubanos haviam se associado
a duas provadas fraudes da esquerda brasileira: Francisco Julião,
anticomunista convicto