1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 226
Dantas, na Fazenda, e Almino Afonso, no Trabalho. O presidente
não conseguiu formar uma maioria no Congresso.
Diante do apoio minoritário no Senado e na Câmara, setores
governistas aventaram a possibilidade de uma “solução extraparlamentar”, dando o pretexto para a conspiração das forças reacionárias. A crise econômica e o clima de radicalização política levaram à fragmentação do quadro partidário, provocada por divisões
na UDN, PSD, PTB e pela ascensão de partidos médios como PSB,
PDC e PTN. A perda do apoio dos partidos de centro, a polarização
política entre esquerda e direita no clima da Guerra Fria, o impasse
nas reformas de base no Congresso e a agitação social abriram uma
crise política que culminou com o golpe de Estado de abril de 1964.
Em seu congresso clandestino de 1967, o PCB fez uma dolorosa autocrítica:
(…) Afastamo-nos da linha do V Congresso, desde que, ao invés de
continuar acumulando forças, procurávamos precipitar os acontecimentos e exigíamos das forças aliadas ações que não correspondiam à correlação de forças do momento.
No fundamental, os erros que cometemos na aplicação da linha
política do V Congresso decorreram de uma posição subjetivista,
da pressa pequeno-burguesa e do golpismo que nos levaram a crer
na vitória fácil e imediata, e contribuir, com nossa atividade política, para precipitar os acontecimentos, sem que existissem condições que pudessem assegurar a vitória da classe operária e das
forças nacionalistas e democráticas.
1974, 40 anos da vitória do MDB
Acho que tem sido negligenciada a importância da vitória do
MDB, nos centros urbanos do país, nas eleições de 1974. Somado à
situação econômica que começava a se deteriorar, o desempenho
do MDB foi um ponto poderoso de inflexão da resistência democrática. A vitória eleitoral das forças democráticas colocou a ditadura na defensiva e rompeu os limites do projeto de autorreforma
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