1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 224
1964, 1974, 1984, 1994
Júlio Martins1
C
reio que essas quatro importantes efemérides devem nos
servir para melhor reflexão do processo político brasileiro,
com boas lições para o presente. Vamos a elas.
1964, 50 anos do golpe
Avalio que sobre 1964 o mais importante a debater são as
causas da derrota das forças democráticas com o golpe de 1º de
abril. Sabemos que os progressistas perderam a eleição presidencial
de 1960, com o candidato da aliança PSD-PTB-PSB-PCB. O marechal Teixeira Lott ficou em segundo lugar, com 32,93%. O candidato
que obteve a maioria relativa dos votos foi Jânio Quadros, da aliança
conservadora PTN-UDN, com 48,27% dos votos.
A “solução parlamentarista”
Com a renúncia de Jânio, em 1961, João Goulart chegou à
Presidência. Porém, antes teve de contornar o veto das Forças
Armadas à sua posse, por meio da chamada “solução parlamentarista”. Desta forma, assumiu a chefia do Estado e dividiu o poder
com um chefe de governo, o primeiro-ministro Tancredo Neves.
Sabemos que a “solução parlamentarista” foi suprimida com a
volta do presidencialismo após plebiscito de 1963.
1
Jornalista e ensaísta, autor do livro O reencontro da esquerda democrática e a nova
política. O passado, o presente e o futuro do Brasil, Brasília: FAP, 2014, juntamente
com Francisco Inácio de Almeida.
222