1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 183

(Entre esses erros está a criação desse monstrengo que é o chamado “presidencialismo de adesão”, que serviu para permitir o uso abusivo de “medidas provisórias”, para atender a situações emergenciais, que violam a soberania do Congresso no ato de legislar). Com esse “presidencialismo de adesão”, o Executivo montou um sistema de apoio no Poder Legislativo, a fim de conquistar votos de quase 40 partidos políticos, usando para tanto a distribuição de cargos que possibilitam negócios e negociatas (Foi essa prática que facilitou o “mensalão, ou seja, a “compra” de votos de deputados federais). Os resultados são terríveis, destruindo os poderes do Legislativo e a violação de diversos princípios republicanos. E a vida política democrática vira uma farsa. Governantes: presidentes e ministros – não podem ser substituídos mesmo quando a nação clama em favor de sua demissão. E quando todos combatem determinadas medidas políticas, nada pode ser feito até à próxima eleição presidencial. Não é fácil a realização de uma reforma política. O argumento principal reside no fato de que ela deve ser realizada pelo próprio Congresso e este não favorecerá uma diminuição de seus benefícios. Muito bem – mas com o parlamentarismo, esse risco inexiste, porque o poder dos senadores e deputados crescerá com a implantação desse regime. Pode-se argumentar contra essa proposta alegando-se o fato de não dar solução para diversos problemas populares candentes. Ora, com o regime parlamentar (adotado nacionalmente nos estados e nas municipalidades) mais facilmente serão aprovadas medidas de interesse popular, pois com essa reforma será ampliada a ligação dos parlamentares com a população. Esta é a solução que propomos, a fim de superarmos a crise política que atualmente atinge a nação brasileira. Os erros cometidos em 64 e uma proposta de avanço 181