1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 140
discutir o caminho para combater e derrotar a ditadura, optando
pela luta armada. No PCB, logo surge uma corrente liderada por
Mário Alves e Apolônio de Carvalho que, percebendo a impossibilidade de reverter a posição do partido contra a aventura da luta
armada, abrem uma dissidência e formam o PCBR, Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.
Muitos militantes seguiram essa corrente, outros se ligaram
aos grupos existentes ou que iam se formando. Mas, Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, embora defendessem que o PCB
se engajasse na linha da luta armada para combater a ditadura,
decidiram permanecer no Partido e lutar por suas ideias internamente, na expectativa de que no Congresso, que seria realizado, a
tese da luta armada poderia sair vitoriosa. Para tanto, passaram a
trabalhar intensamente nos vários estados. Não conseguiram levar
o PCB para a aventura. Abriram a dissidência, organizando a
Aliança Libertadora Nacional.
O PCB cometeu erros de avaliação antes do golpe, mas,
depois fez uma análise madura e responsável dos acontecimentos,
entendendo que tinha havido uma profunda mudança na correlação de forças no país, a qual favorecia as forças reacionárias e
golpistas, que a ditadura não contava com o apoio de forças políticas importantes dispostas a atuarem na oposição, que havia
contradições sérias no campo da própria ditadura, que com a
manutenção de muitas brechas para atuação legal das massas,
entre as quais as eleições e um partido de oposição, surgiam meios
que permitiam, se bem e