1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 123

e diferente, que os militares não viam com bons olhos. Voltaram, portanto, a apostar em um golpe de audácia, na revolta dos quartéis contra o “poder civil”. Vêm, então, os levantes dos tenentes do Forte de Copacabana, a chamada revolução de 1924 em São Paulo, liderada por Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, seguida da Coluna Prestes-Miguel Costa, sem sucesso também, mas que consagraria o “movimento tenentista” como ator importante do processo político brasileiro, com seus desdobramentos ao longo de todo o restante do século 20, tal qual o outro ator, o PCB, com seu programa que pregava uma revolução diferente, libertadora das classes exploradas. No desdobramento desses últimos acontecimentos temos a “concertação” dos dissidentes oligárquicos gaúchos, paulistas e mineiros, que se apresentavam em oposição ao sistema de poder vigente, que atraia o “estamento militar”, através do “movimento tenentista”. É a chamada revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Os “tenentes” participam, têm papel importante no segmento militar, recebem alguns cargos após a vitória do movimento, mas logo são descartados. Vargas monta seu próprio dispositivo militar, fiel e de subordinação incondicional, entende-se com as oligarquias, acolhe em seu projeto de país algumas demandas do pensamento matriz dos militares do velho 15 de novembro, agora representados pelo “tenentismo”. E vai além, contempla em seu programa de governo reivindicações de diversas camadas sociais, principalmente dos trabalhadores da indústria e dos serviços, inclusive de trabalhadores do campo. Vargas se consolida no Poder, impõe a ordem com dura repressão aos comunistas, e tem nos militares seus fiéis aliados, principalmente depois do levante liderado pela Aliança Nacional Libertadora, em 1935. Reprime, também, os oposicionistas que não aderiram à sua “revolução”. Governa com o país em Estado de Sítio, em Estado de Guerra e, finalmente, em um “Estado Novo”, quando sua ditadura é institucionalizada em 1937, através da outorga de uma Constituição de tipo fascista. Com a derrota do nazifascismo na 2ª Guerra Mundial e o avanço das forças demoO golpe de abril e o 15 de novembro 121