da Revolução), Malevitch e Kandinsky, verdadeiros ícones da
modernidade, compreendendo aí os experimentos com as lingua-
gens abstratas na pintura.
E a história se repete na poesia, na dramaturgia e na novelís-
tica, onde despontam nomes como Maiacovski, Essenin, Bloch,
Meierhold e Máximo Gorki, todos de primeiríssima linha.
A influência desses artistas e escritores extrapolou a própria
cultura russa, encantando o conjunto da cultura ocidental.
O que dizer ainda? No terreno das práticas educacionais, não
podemos esquecer tampouco o nome de Makarenko. O pensamento
revolucionário russo não ficaria atrás: teóricos como Lenin, Bukha-
rin, Lunacharski e Trotsky enriqueceriam a compreensão dos fatos
políticos no século 20. E é preciso reconhecer que o próprio Josef
Stalin, em que pese seus erros e crimes brutais, foi autor de um
estudo dos mais rigorosos sobre a questão da nacionalidade. Difícil
encontrar um país como a Rússia, decididamente.
Revolução, pelo visto, também é cultura. Esta, talvez, uma das
heranças mais memoráveis de 1917 – talvez até a principal delas.
E essa memória aquece os nossos corações, irremediavelmente
esperançosos, apesar das vicissitudes da História recente.
Na velha Rússia, e também fora dela.
Um século russo
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