de seus militantes: o farmacêutico Octávio Brandão do Rego, com
7.650 sufrágios, e o marmorista Minervino de Oliveira, primeiro
operário negro eleito no Brasil, com 8.053.
Por interferência da IC, com o propósito de colaborar com o
líder da Coluna, Astrojildo encontrou-se com Luíz Carlos Prestes,
na Bolívia, no fim de 1927. Palmiro Togliatti, assistente da IC para
a América Latina, escreveu duas cartas a Prestes, em 1928.
É possível que estas cartas esclarecessem algo sobre os aconteci-
mentos ocorridos na época, no Brasil. Consta, porém, que estão
extraviadas nos arquivos de Moscou. O Instituto Gramsci não
possui cópias e, até o momento, não há vestígio delas no Brasil.
A eleição dos dois representantes do BOC marcou o ápice da
organização e também o início de sua dissolução. Houve desen-
tendimentos entre o PCB e o presidente do BOC, que acabou se
afastando, agastado da sua atividade como dirigente e foi deste
expulso em 1929, por rompimento de acordos pactuados. Foi
substituído na presidência pelo gráfico comunista João da Costa
Pimenta, o que estreitou a organização. Mas, o que enterrou o
BOC foi a nova orientação política definida pela IC no seu VI
Congresso, em 1928.
O III Congresso do PCB, realizado entre 29 de dezembro de
1928 e 4 de janeiro de 1929, em Niterói-RJ, foi precedido de forte
luta ideológica, sob influência estreita das orientações inspiradas
na tática adotada pela IC de “classe contra classe”. O Partido
optou pelo “obreirismo”, expulsou seus intelectuais, entre eles,
Astrojildo Pereira, 3 seu fundador. Se foi capaz de explicitar novos
3 Astrojildo assiste ao VI Congresso da IC (1928) como delegado, e é eleito
membro brasileiro do Comitê Executivo da IC (CEIC). Depois da reorganização
da SSA da IC, em maio de 1928, foi membro brasileiro da SSA. Participou
nas discussões das questões brasileira e chilena pelo SSA, em julho de 1928.
Faria um informe sobre a questão do BOC na I Conferência Comunista Latino-
Americana, em Buenos Aires, em junho de 1929, mas não assistiu ao evento.
Participou no X Pleno do CEIC, eleito membro do seu Presidium pelo pleno,
na reunião do CEIC, em setembro de 1928. Participou das reuniões do SSA,
em 1929. Expôs um documento durante a discussão da questão brasileira em
22/10/1929 e se tornou representante dos PCs da América Latina na redação
da Revista Comunista Internacional. Depois da reunião da direção do PCB,
na SSA da IC, em Montevidéu, em 1930, Astrojildo insistiu na expulsão de
P. Melo do Partido, por seu “trotskismo” . Foi criticado pela SSA da IC por
“direitista”, em 4 de maio de 1930, e afastado do cargo de secretário-geral
do PCB por sua intenção de incluir o Partido no “Golpe de Estado preparado
pela Aliança Liberal” e seu Bloco com elementos burgueses, em novembro de
1930. Propuseram-lhe reconhecer seus erros e trabalhar no Comitê de São
Paulo do PCB. Foi detido em São Paulo, em 08/1931, e expulso do PCB, em
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Dina Lida Kinoshita