diante, sob a égide do stalinismo, os congressos deixaram de ser
anuais, e até 1943, quando a organização foi dissolvida, só se
realizaram dois: o VI, em 1928, e o VII, em 1935.
As relações entre tenentistas e comunistas eram muito tensas.
O PCB acusava os tenentistas de serem linha auxiliar da burgue-
sia e das oligarquias. Estas tensões foram responsáveis por crises
táticas e expulsões. No seu II Congresso, realizado entre 16 e 18
de maio de 1925, no Rio de Janeiro, o Partido fez a primeira tenta-
tiva de abordar a realidade nacional de um ponto de vista de
classe. Embora de uma forma precária e incipiente, a análise
partia de uma concepção dual “agrarismo versus industrialismo”.
Na Resolução Política, é evidente a opção pelo “industrialismo”,
expressão inequívoca de progressismo e sentido histórico. Após
este Congresso, o PCB decidiu finalmente apresentar-se a uma
eleição, criando a legenda do Bloco Operário. Tal decisão decorreu
não só da orientação estabelecida no IV Congresso da IC, em
1922, de que fosse adotada uma política de Frente Única, mas
também, do desejo dos comunistas brasileiros de preparar uma
base orgânica e política legal para o PCB e atrair para suas ideias
e ações segmentos sociais mais amplos, em especial da pequena
burguesia urbana. A partir de 1926, ingressam no PCB os intelec-
tuais Leôncio Basbaum, Mario Pedrosa, Lívio Xavier, entre outros.
Finalmente, foi lançado, em janeiro de 1927, o Bloco Operário.
Leônidas de Resende, proprietário do diário A Nação, do Rio de
Janeiro, cedeu o seu jornal ao PCB, para divulgar suas posições
e as do Bloco Operário. Assim, em 5 de janeiro de 1927, os comu-
nistas publicaram, nas páginas desse jornal, uma Carta Aberta
dirigida a personalidades e organizações reformistas do Rio de
Janeiro, propondo a adesão à criação de uma Frente visando às
eleições para a Câmara dos Deputados. Em sua Carta Aberta, o
PCB propunha a seus interlocutores a criação do Bloco Operário,
nos marcos de uma política de “frente única” que tinha por obje-
tivo juntar os esforços de todos, em razão de sua “afinidade básica
de interesses”, para a disputa eleitoral. A Carta apresentava algu-
mas ideias básicas e uma plataforma a ser seguidas pelos aderen-
tes. Uma série de organizações e o deputado federal carioca João
Batista de Azevedo Lima concordaram com os termos. Formada a
Frente Única, pretendiam iniciar um combate à “política persona-
lista, individualista e irresponsável dos cabos eleitorais sem prin-
cípio, sem programa e sem finalidade” e garantir, assim, o compro-
misso dos políticos com as massas.
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Dina Lida Kinoshita